Excelência no SUS: Ana Nery praticamente elimina uso de cateter de curta permanência na Hemodiálise

O Ana Nery praticamente eliminou o uso de cateteres de curta duração na Hemodiálise do Hospital. Atualmente, dos 144 pacientes em diálise no HAN, apenas três utilizam o cateter temporário.

Existem três tipos de acesso, para a realização da Hemodiálise: cateter curta permanência, cateter de longa permanência e fístula.

O cateter de curta permanência (ou temporário) possui desvantagens quando comparado com as outras opções. Ele precisa ser trocado com frequência, o uso prolongado desses acessos predispõe a infecções e pode levar ao desgaste dos vasos que por sua vez, inviabiliza a confecção de fístula artéria venosa, que é o padrão ouro para doentes em Hemodiálise.

Muitas vezes o cateter temporário é mantido pelas dificuldades de se conseguir trabalhar com as outras opções. O acesso ao implante de cateter de longa permanência, por exemplo, é mais é mais caro e exige um suporte maior da unidade de saúde. A fístula é dificultada porque, às vezes, o paciente não tem vaso suficiente, precisa fazer um doppler antes, entre outros motivos.

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia, em 2021, 8,6% dos pacientes em Hemodiálise no Brasil, seja em unidades públicas ou privadas, utilizavam o cateter de curta permanência. No Ana Nery, atualmente, esse índice é de apenas 2%.

Dra. Fernanda Martin, médica nefrologista e diretora técnica do HAN, afirma que, nos últimos anos, foi prioridade da direção do Ana Nery trabalhar para melhorar o acesso dos pacientes na Hemodiálise.

“Hoje, fico muito contente que a agente só tem três pacientes em uso do cateter temporário, sendo que dois deles já estão com a fístula maturando. Praticamente zeramos o uso numa população humilde, do SUS. Esses resultados que obtivemos aqui no Ana Nery, pelo SUS, supera muitos dos serviços particulares no país”, diz.

Há cerca de cinco anos que o Ana Nery possui um Programa de Gerenciamento de Acesso Vascular, no qual o paciente é direcionado de forma mais rápida para fazer o acesso. O programa envolve consulta com médico vascular, encaminhamento para a Hemodinâmica, priorização dos pacientes da Hemodiálise para realização de doppler, além de avaliação de cardiologista quando necessária.

Uma das responsáveis por fazer o projeto funcionar, a enfermeira Maria Rosa explica que o Programa de Acesso Vascular criou uma parceria entre as equipes de Nefrologia e Angiologia

“Houve a inserção da enfermagem no ambulatório, com discussão dos casos e compartilhamento das informações técnicas; aquisição de aparelho de doppler na realização das consultas, otimizando a definição quanto ao acesso vascular; dedicação dos residentes na realização de acessos praticamente todos os dias. Um conjunto de acontecimentos acompanhados de muita dedicação de toda equipe. Me sinto realizada em participar desse programa e proporcionar qualidade de vida e um tratamento de qualidade aos pacientes renais crônicos”, destaca.

“Os pacientes da Hemodiálise são priorizados no HAN e, por isso, a gente conseguiu esse resultado”, conclui Dra. Fernanda.

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