Reunião semanal do Heart Team do Ana Nery discute casos complexos de pacientes

Foi realizada na manhã desta terça-feira, 10 de maio, mais uma reunião semanal do Heart Team (Time do Coração) do Hospital Ana Nery.

Formada por equipes de cirurgiões cardíacos, anestesistas, cardiologistas clínicos, hemodinamicistas, enfermagem especializada, engenharia clínica e direção médica, o Heart Team tem como foco discutir os casos mais complexos, nos quais a decisão de intervir de forma percutânea ou cirúrgica não está clara.

Nesta terça (10), foram discutidos os casos de cinco mulheres (duas com 75 anos e as outras com 26, 55 e 64) e dois homens (com 57 e 73 anos).

Nas reuniões do Heart Team, cada apresentação é liderada pelo clínico líder da enfermaria, com a apresentação feita pelo residente. Todos podem opinar e, em caso de não haver consenso, o clínico líder pode conduzir de forma orientada pelos melhores interesses do paciente e sua família.

Para casos mais avançados, há a participação da equipe especializada de cuidados proporcionais e paliação.

Além disso, todas as reuniões são registradas e compõem um acervo para pesquisa e consulta de casos complexos conduzidos pelo hospital.

Confira a decisão do caso apresentado na reunião anterior:

  • Mulher de 42 anos, hipertensa, insuficiência cardíaca com fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) 62% e função biventricular preservada, dupla lesão mitral reumática (estenose mitral grave insuficiência mitral moderada – PSAP 120mmHg), FAARV (17/02/22) com CVQ em 17/02/2022, HP grave – RVP: 10 Woods. Clinicamente sem disfunção de câmara direitas. CATE de câmara direitas com RVP 10Woods, PmAP 61mmHg, CP 18mmHg, e gradientes transpulmonar 43mmHg.
    Decisão do Heart Team: Apesar de elevado risco associado a PSAP suprassistêmica, mais disfunção de ventrículo direito (VD) clinica ou ecocardiográfica, optado por seguir com troca valvar mitral (TVM) e plastia valvar tricúspide (VT).

 

  • Homem de 78 anos, hipertenso, dislipidêmico, tabagista, com Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Há alguns anos apresenta angina estável. Veio regulado para HAN para realização de CATE eletivo, apresentando em sala quadro de angina instável. Realizou CATE em 27/04/2022: tronco coronário esquerda (TCE) com calcificação e lesão de 90% na sua porção distal, descendente anterior (DA) apresenta calcificação e lesão difusa na sua porção proximal com ponto maior de obstrução de 90%, e coronária direita (CD) dominante e apresenta calcificação e oclusão total na sua porção proximal. Inicialmente discutido em enfermaria, por intervenção cirúrgica, porém paciente recusou-se a realização do procedimento. Dr. Felipe mantém opinião de proposta cirúrgica para tratamento.
    Decisão do Heart Team: Optado por persistir na indicação cirúrgica inicialmente (conversa direta com equipe clínica e cirúrgica com o paciente e familiares), caso mantenha recusa, seguir com angioplastia (ATC) de TCE-DA.

 

  • Homem de 83 anos, tabagista importante, diabético tipo 2, hiperplasia prostática, passado de IAM em 2010. Atual diagnóstico de IAM SST no contexto de choque séptico, sendo postergada realização de CATE nesse contexto. Realizado CATE com evidência de lesão grave de DA proximal e oclusão no 1/3M, CD ocluída e lesão moderada em circunflexa (Cx) e marginal (Mg). Clínico líder afiram que o paciente é frágil e tem internamento prolongado recente.
    Decisão do Heart Team: Após discussão chegou ao consenso de que caso é de muito alto risco para procedimento cirúrgico e a anatomia desfavorável para intervenção percutânea, sendo optado por seguir com tratamento clinico e otimização terapêutica.

 

  • Mulher de 76 anos, tabagista, amputação de membro inferior direito por neoplasia (relato familiar à equipe assistencial atual) sem demais comorbidades. Relatório de pedido de regulação descreve história da paciente: em 18/03/2022 com diagnóstico de edema agudo de pulmão (EAP) e bloqueio átrio ventricular (BAVT). Tomografia computadorizada de tórax (TC) apresentando ectasia da aorta ascendente, aneurisma fusiforme do joelho posterior do arco aórtico, com diâmetro 5.9cm e discreto abaulamento em seu contorno posterior, de aspecto inespecífico neste estudo sem contraste, podendo representar sinal de rotura ou iminência de rotura. Ainda, CATE em 14/04/2022 circulação coronária de dominância esquerda, CD tipo I sem lesões obstrutivas, tronco coronária esquerda bifurcado sem lesões. DA tipo III sem lesões. Cx tipo IV. Mg, VP e descendente posterior sem lesões.
    Decisão do Heart Team: Diante de discussão, optado por regular paciente para melhor avaliação de tratamento.

 

  • Homem de 64 anos. Veio ambulatorialmente para avaliação de risco, para realização de endarterectomia de carótida devido a AVC há 1 ano (sequela afasia de boca) com obstrução unilateral de carótida interna, porém eco evidenciando estenose aórtica (EAo) grave (AV 0.8cm² e gradiente médio 43mmHg).
    Decisão do Heart Team: Uma vez que sofreu evento neurológico há 1 ano, optado por seguir com troca valvar aórtica (TVAo) e seguir com acompanhamento conservador da lesão da carótida.

 

  • Homem de 57 anos, hipertenso, apresentou quadro de IAM em 18/04/2022; realizou CATE com lesão grave de DA médio-distal e lesão de DP e VP em leito distal segmentar e fino calibre.
    Decisão do Heart Team: Diante da anatomia desfavorável para intervenção clinico ou percutânea, optado por seguir com tratamento clinico otimizado.

Pular para o conteúdo