Foi realizada na manhã desta terça-feira, 4 de janeiro, a primeira reunião semanal de 2022 do Heart Team (Time do Coração), do Hospital Ana Nery.
Formada por equipes de cirurgiões cardíacos, anestesistas, cardiologistas clínicos, hemodinamicistas, enfermagem especializada, engenharia clínica e direção médica, o Heart Team tem como foco discutir os casos mais complexos, nos quais a decisão de intervir de forma percutânea ou cirúrgica não está clara.
Nesta terça, foram discutidos os casos de dois homens (de 66 e 71 anos) e uma mulher de 42 anos.
Nas reuniões do Heart Team, cada apresentação é liderada pelo clínico líder da enfermaria, com a apresentação feita pelo residente. Todos podem opinar e, em caso de não haver consenso, o clínico líder pode conduzir de forma orientada pelos melhores interesses do paciente e sua família.
Para casos mais avançados, há a participação da equipe especializada de cuidados proporcionais e paliação.
Além disso, todas as reuniões são registradas e compõem um acervo para pesquisa e consulta de casos complexos conduzidos pelo hospital.
Confira as decisões dos casos apresentados na reunião anterior:
- Mulher de 64 anos, hipertensa, fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) 38%, fibrilação atrial de alta resposta no dia 20/12/2021 e edema agudo de pulmão (EAP) em 19/12/2021. Apresentou quadro de síndrome coronariana (SCA) em 19/12/2021 – possivelmente relacionado a infarto agudo do miocárdio (IAM) tipo 2 no contexto de pericardite (supra difuso de ECG com derrame pericárdico) e sepse de foco pulmonar. Realizou cateterismo (CATE) com lesão grave de coronária direita (CD) e tronco da coronária esquerda (TCE) distal com envolvimento de descendente anterior (DA) proximal. Foi submetida a angioplastia (ATC) de CD no momento inicial. Clínico líder tem como posposta intervenção cirúrgica.
Decisão da equipe: Diante de quadro de pericardite recente, quadro infeccioso e disfunção renal (Ur 150> 100) e risco adicional de suspensão precoce de dupla agregação plaquetária (DAPT) para seguir com cirurgia de revascularização miocárdica (RM) em paciente assintomática (anatomia desfavorável para tratamento percutâneo), optado por desospitalização e reconvocação após 30 dias para cirurgia de RM (suspender Clopidogrel após internamento e manter anticoagulação até o procedimento cirúrgico). - Homem de 70 anos, com passado de acidente vascular cerebral (AVC), com quadro de IAMCSST anterior não reperfundido há cerca de 1 mês. Realizou CATE (15/122021) com padrão triarterial com lesão grave de DA proximal e médio e lesão grave de VP, uma anatomia desfavorável para tratamento cirúrgico (leito distal fino após lesão) ou para tratamento percutâneo (lesão longa da DA envolvendo bifurcação). Ecocardiograma (Eco) com FEVE 45% e presença de trombo em ápice de ventrículo esquerdo (VE).
Decisão da equipe: Neste contexto, concluído que paciente idoso, com passado de AVC e anatomia coronariana desfavorável para intervenção, e por isso, optado por tratamento medicamentoso otimizado. - Mulher de 78 anos, hipertensa, dislipidêmica. Com internamento recente por quadro de bradicardia por uso de atenolol, evoluiu com EAP e ECG com BRE. Realizado CATE (04/12/2021) com padrão triarterial, com lesão grave de DA ostial/ proximal, 1Dg grande com lesão subocluida e lesão grave de Mg direito. Eco com FEVE 25% (hipocinesia difusa), Insuficiência mitral (IM) moderada (secundária) e hipertensão pulmonar (PSAP 63mmHg).
Decisão da equipe: Diante de paciente mantendo-se com sintomas compensados (conforme relatório da CER), optado por avaliação ambulatorial após alta hospitalar para definição da indicação de ATC (ATC da lesão de DA e Dg factível, porém com desproporção de calibre TCE/DA com possibilidade de invasão do TCE – ATC de TCE/ DA).