Reunião semanal do Heart Team do Ana Nery debate casos complexos de pacientes

Foi realizada na manhã desta terça-feira, 22 de fevereiro, mais uma reunião semanal do Heart Team (Time do Coração) do Hospital Ana Nery.

Formada por equipes de cirurgiões cardíacos, anestesistas, cardiologistas clínicos, hemodinamicistas, enfermagem especializada, engenharia clínica e direção médica, o Heart Team tem como foco discutir os casos mais complexos, nos quais a decisão de intervir de forma percutânea ou cirúrgica não está clara.

Nesta terça (2), foi discutido o caso de um adolescente de 14 anos, que está internado em hospital do sul da Bahia. O médico responsável da unidade do interior participou desta reunião do Heart Team de forma online.

Nas reuniões do Heart Team, cada apresentação é liderada pelo clínico líder da enfermaria, com a apresentação feita pelo residente. Todos podem opinar e, em caso de não haver consenso, o clínico líder pode conduzir de forma orientada pelos melhores interesses do paciente e sua família.

Para casos mais avançados, há a participação da equipe especializada de cuidados proporcionais e paliação.

Além disso, todas as reuniões são registradas e compõem um acervo para pesquisa e consulta de casos complexos conduzidos pelo hospital.

Confira as decisões dos casos apresentados na reunião anterior:

  • Mulher de 62 anos. Diagnóstico de hipertensão, Insuficiência cardíaca (IC) de etiologia valvar – fração de ejeção (FE) 62% (teicholz), estenose mitral grave, estenose aórtica moderada, insuficiência tricúspide (IT) grave, disfunção de ventrículo direito (VD), hipertensão pulmonar (HP) (PSAP 123mmHg). Teve episódio de edema agudo de pulmão em 02/02/2022 com dispneia classe funcional III/IV ao realizar Eco-TTe no contexto de fibrilação atrial ritmo atrial irregular e rápido (FA ARV). Em Eco-TT com estenose mitral grave, estenose aórtica (EAo) moderada e IT grave (com componente misto) – PSAP 123mmHg e disfunção sistólica de ventrículo direito (VD) significativa. Dr. Jackson Salgado afirma que o tratamento é reticente, de alto risco cirúrgico. Devido posicionamento clínico favorável à realização de tratamento cirúrgico, apesar de sua opinião exposta, concordou com a operação se for garantido todo o suporte de assistência ventricular à paciente.
    Decisão do Heart Team: Apesar de paciente com hipertensão pulmonar suprassistêmica, com disfunção de VD ecocardiográfica, evolui clinicamente sem sinais de IC direita, optado por seguir com troca valvar mitral (TVM) e TVAo. Idealmente procedimento a ser realizado com suporte de VD.
  • Mulher de 66 anos, passado de Bentall de Bono em 2016 (biológica) evolui com quadro de dispneia com piora progressiva associada a edema de membros inferiores (MMII). Proveniente de ambulatório de valvopatias evoluindo com manutenção de sintomas (classe funcional NYHA III) e desconforto precordial. Realizou novo Eco-TT revelando disfunção da bioprótese aórtica do tipo insuficiência aórtica (IAo) grave e valvopatia reumática mitral com estenose moderada e insuficiência mitral (IM) importante, IT importante – PSAP 62% com função biventricular preservada; sendo indicada dupla troca valvar aórtica e mitral por próteses mecânicas + plastia tricúspide; na ocasião realizada CATE devido aos sintomas de desconforto precordial que evidenciou lesão grave de direita anterior (DA) e coronária direita (CD). Em agosto/2021, discutido caso em sessão clínica e optado por seguir com tratamento percutâneo das lesões coronarianas e posteriormente seguir com a abordagem valvar. Apresenta ainda diagnostico de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) com padrão obstrutivo moderada a espirometria, clinicamente GOLD A pela avaliação da pneumologia. Internada para realizar abordagem valvar neste internamento, porém optado por rediscussão em Heart Team devido ao risco cirúrgico.
    Decisão do Heart Team: Diante do elevado risco cirúrgico pela complexidade da abordagem de cirurgia de Re-Bentall + TVM e plastia tricúspide em paciente com DPOC associado, optado por tratamento conservador com proporcionalidade de cuidados.
  • Homem de 37 anos, com caso já discutido em reunião anterior do Heart Team (HT) em 08/02/2022. Em 21/03/2019 realizou cirurgia de Bentall de Bono + implante de prótese mecânica em válvula aórtica, evoluiu com infecção de ferida operatória (FO), realizado exérese de granuloma de esternotomia em 30/05/19. Teve um acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi) em 13/06/19 em período de transição da anticoagulação e taquicardia supraventricular (TSV) em 30/06, revertida para taquicardia ventricular não sustentada (TVNS) após adenosina e evoluiu com fibrilação atrial (FA) aguda, cardiovertida com amiodarona, vinha em acompanhamento no ambulatório de valvulopatia do HAN, quando recebeu alta do ambulatório em 09/09/2020 para acompanhamento cardiológico externo. Refere que vinha em acompanhamento externo, quando realizou ECO de rotina em 26/02/21 e foi visualizada imagem hipoecoica, periprotética, com área de aproximadamente 8,4 cm2, sem identificação de orifício comunicante, sugestivo de neocavidade, fração de ejeção do ventrículo esquerdo 51% (FEVE). Atualmente evolui clinicamente assintomático. Concluído que paciente é de altíssimo risco para abordagem cirúrgica de correção do pseudoaneurisma.
    Decisão do Heart Team: Discutido em conjunto com Cirurgia Vascular (Dr. André Brito e Dr. João Pedro) e optado por tentativa de material para fechamento percutâneo.
  • Mulher de 68 anos, paciente hipertensa, diabética insulino-requerente e dislipidêmica. Relatado de dor torácica progressiva aos esforços iniciada há 4 meses, com piora aos esforços e melhora em repouso. Apresentou IAMCSST inferior não reperfundido. Realizou CATE em 03/02/2022 com padrão trarterial e eco-TT com função sistólica biventricular preservada.
    Decisão do Heart Team: Intervenção cirúrgica passível de revascularização miocárdica (RM) completa em paciente sem critérios de alto risco cirúrgico, sendo optado por seguir com cirurgia de RM.
  • Homem de 50 anos, paciente previamente diabético, em tela de regulação da CER com pedido de angioplastia, quadro de IAMSST; realizado CATE no HAN, sendo evidenciada lesão triarterial, porém lesão de DA distal, CD com lesão segmentar e leito distal fino.
    Decisão do Heart Team: Optado por manter em tratamento conservador.
  • Mulher de 62 anos, com relatório de pedido para angioplastia, na qual há a descrição de dispneia aos esforços (contexto de angina estável). Realizou CATE nesta instituição em 18/09/2021 com padrão triarterial com lesão grave de DA proximal.
    Decisão do Heart Team: Por conta da lesão grave de DA proximal, optado por seguir com cirurgia de RM.
  • Mulher de 64 anos, hipertensa, IMC 21, diagnosticada em 2021 com estenose aórtica grave (sem acompanhamento). ECOTT (13/01/2022) hipertrofia do ventrículo esquerdo grave, disfunção diastólica do VE grau dupla lesão valvar aórtica, sendo estenose grave e insuficiência leve. IM e IT leves; Endoscopia (EDA) em 19/02//2022: megaesôfago. Terço distal do esófago, em transição esofagogástrica, exibe lesão ulcerada, de bordos elevados e bem determinados, medindo cerva de 8mm.
    Decisão do Heart Team: Após avaliação do caso apresentado e informações fornecidas através de relatório enviado pela regulação, decidido por convocar paciente para avaliação cirúrgica e seguir com tratamento cirúrgico.

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